sábado, 1 de outubro de 2011
Nahim diz que perdoa Garotinho, mas confirma ruptura
Em entrevista ao Blog opiniões ao Jornalista Aluysio Abreu Barbosa o Presidente da Câmara de Campos dos Goytacazes Rj confirma possível saída do PR Presidido por teu Irmão Garotinho.
“Não foi a primeira vez que ele fez isso comigo, mas com certeza foi a última”. Falando sobre seu irmão, deputado Anthony Garotinho (PR), foi isso que garantiu ao blogueiro, agora há pouco, por telefone, o presidente da Câmara Nelson Nahim, também do PR, mas só por enquanto. Sem ainda ter definido qual será seu destino partidário, ele só garantiu que será um partido de oposição ao atual governo municipal. Nahim voltou a falar no desequilíbrio do irmão, que estaria por trás das versões de que tem sido alvo, como a de que saberia previamente da cassação de Rosinha, ou que teria passado a Prefeitura a Rogério Matoso, após tomar posse, na confusão generalizada na Câmara, fotografada, filmada e agora contada por ele em detalhes.
Ainda fruto do tumulto de ontem, Nahim também falou sobre boatos de que os vereadores de Rosinha tentariam, no correr da próxima semana, entrar com requerimentos para afastar ele da presidência e Matoso da vice. Para ele, quem deveria perder o cargo por falta de decoro deveria ser o líder governista Jorge Magal (PMDB), que arrancou e quebrou o microfone de Rogério. De qualquer maneira, garantiu que os aliados de Garotinho na Câmara não têm base legal, nem moral para lograrem êxito, caso realmente tentem destituí-lo.
Ainda prefeito de Campos, Nahim informou já que pediu ao procurador do Legislativo, Helson Oliveira, para entrar em contato com seu par no Executivo, Francisco de Assis Pessanha Filho, para que Rosinha seja formalmente reempossada dos 30 dias no cargo concedidos por decisão monocrática do desembargador federal Sérgio Schwaitzer, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). E, bem diferente do clima de guerra que foi obrigado a enfrentar para cumprir a decisão judicial da 100ª ZE de Campos, que cassou Rosinha, Nahim fez questão de assegurar as condições para que a nova posse da cunhada se dê no clima mais tranquilo possível, até de maneira reservada, se ela assim preferir. Quanto a Garotinho, disse perdoar o irmão pelo que considera traições passadas e presentes, mas desabafou: “Não dá para aguentar mais!”
Abaixo, em detalhes, o que Nahim revelou ao Jornalista:
Saída do PR — Independente do que a Justiça decidir sobre quem ocupará a Prefeitura, após os 30 dias concedidos a Rosinha pelo TRE, disse ontem em coletiva, após toda aquela lamentável confusão, e repito agora, já com a cabeça mais fria: não há a menor condição para que eu permaneça no PR; não há mais clima. Não posso ainda adiantar qual será meu destino, que tem até 7 de outubro para ser definido, mas uma coisa é certa: qualquer que seja minha nova legenda, não será da base aliada do governo municipal. Depois de ontem, não posso compactuar com o que vem fazendo Garotinho. Eu agi em respeito à lei, enquanto ele excedeu o respeito a qualquer limite.
Traição — Soube que Garotinho falou em seu programa de rádio, que hoje execedeu em mais de uma hora, como sempre faz o que quer na rádio O Diário, gerando inclusive as duas cassações de Rosinha, que ele me perdoaria. Essa total inversão da realidade só comprova seu atual estado de desequilíbrio, ao qual me referi ontem na coletiva (aqui). E falo isso com muito pesar, pois sou seu irmão e, apesar de tudo, tenho amor por ele. Agora, não é por ser seu irmão, que serei seu capacho, seu pau-mandado, triste papel relegado a todos os aliados que lhe restaram. Nunca abaixei minha cabeça, sempre disse a ele o que pensava ser verdade e isso muitas vezes não era aquilo que ele queria ouvir. Ele disse que eu falei contra ele quando primeiro eles tentaram fazer Paulo Hirano e depois Chicão como vice de Rosinha. Se eu achava, como me acho, capacitado, digno de confiança e com serviços prestados a um grupo político para galgar determinada posição, tenho que ficar calado depois de ser preterido não uma, mas duas vezes? Aliás, nesta estória, quem traiu quem? A diferença talvez esteja no nível das discordâncias. Alguns, como eu penso sempre ter feito em minha vida pública, são capazes de divergir apenas no campo das idéias, sem ódio, sem gosto de sangue na boca. Outros têm a necessidade, algumas vezes até patológica, de fazer de seus opositores inimigos pessoais. Garotinho não é meu inimigo, é meu irmão em sangue e em Deus, e eu o perdôo. Só que depois de ontem, não dá para aguentar mais. Não posso estar ao lado de quem pratica o mal. Não foi a primeira vez que ele me traiu, mas com certeza foi a última.
Foto:Mariana Ricci
Leia na integra no blog Opiniões:http://www.fmanha.com.br/blogs/opinioes/?p=8824
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