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sábado, 17 de setembro de 2011

PR usa Garotinho para tentar reaver cargos


BRASÍLIA - O Palácio do Planalto já identificou uma ação coordenada do PR e do deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) que tem irritado muito a presidente Dilma Rousseff.
Como forma de pressionar o governo para retomar cargos federais e, com isso, voltar oficialmente à base aliada, o PR tem usado Garotinho para derrubar sessões de interesse do Planalto no Congresso.
Com o argumento de que protesta contra a demora na votação do projeto que anistia os bombeiros do Rio de Janeiro - punidos na última rebelião da categoria -, Garotinho tem trabalhado para dificultar sessões de interesse do governo, segundo interlocutores da presidente Dilma.
No Planalto, essa atitude de Garotinho já é classificada de "chantagem política". O PR foi devidamente avisado que não será dessa forma que vai se reaproximar do governo.
- O Garotinho não quer resolver a questão dos bombeiros. Na verdade ele está usando essa bandeira como desculpa para fazer chantagem política - criticou um emissário do núcleo do governo.
De acordo com relatos, em conversa telefônica com Garotinho, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, garantiu agilizar a votação da anistia aos bombeiros. Disse que o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), já tinha iniciado as negociações e lembrou que foi o PSDB que resistiu a fechar esse acordo. Mesmo assim, Garotinho não aceitou negociar.
- Queremos fazer uma reaproximação com o PR de forma tranquila, mas não dessa maneira - ressaltou um integrante do governo.
Para o Planalto, essa posição de Garotinho foi explicitada na última quinta-feira. Depois de saber que o deputado iria obstruir uma sessão do Congresso, Ideli telefonou para ele sugerindo votar no plenário da Câmara, já na próxima semana, projeto semelhante sobre a anistia aos bombeiros que já tinha sido aprovado no Senado. Mas Garotinho não aceitou a proposta e pediu verificação de quorum, o que inviabilizou a sessão.
Obstrução impede votações prioritárias
O bloqueio às votações no Congresso pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) tem causado prejuízos ao Planalto, que não conseguiu aprovar matérias consideradas prioritárias, como um crédito suplementar de R$ 1 bilhão para o Programa de Erradicação da Miséria, uma verba extra de R$ 90 milhões para a construção de creches em convênios com municípios, além de outro crédito de R$ 90 milhões para contrapartida de empréstimos internacionais para vários estados.
Segundo a assessoria do PR, Garotinho conta com o apoio de toda a bancada na tática de obstrução. O projeto defendido por Garotinho prevê a anistia a 439 bombeiros e dois policiais militares do Rio de Janeiro, processados por terem invadido o quartel-general da corporação no início de junho.
O projeto de lei estende a bombeiros do Rio de Janeiro, de Rondônia e de Sergipe a anistia concedida pela Lei 12.191/10. Essa norma livra de punição policiais e bombeiros militares de nove estados punidos por participar de movimentos reivindicatórios, entre 1997 e o início de 2010, por melhorias salariais e de condições de trabalho.


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