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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CORONEL MARIO SERGIO PEDE EXONERAÇÃO DO CARGO DE COMANDANTE GERAL DA PM RJ


'É meu dever moral assumir as responsabilidades', diz coronel Mário Sérgio

O coronel Mário Sérgio Duarte comentou na manhã desta quinta-feira os motivos que o fizeram pedir a exoneração do cargo de comandante-geral da Polícia Militar. Mário Sérgio criticou os problemas na corregedoria da PM que, segundo ele, muitas vezes não repassa para o comando as informações sobre processos envolvendo os agentes. As informações foram concedidas durante entrevista na rádio Band News FM.

"Compreendo que é o meu dever moral assumir as responsabilidades sobre as minhas escolhas. Não é possível dizer 'eu não sei', eu não vi'", afirmou ele.
De acordo com Mário Sérgio, o tenente-coronel Cláudio Luiz Silva de Oliveira, apontado como mandante da morte da juíza Patrícia Acioli, vinha obtendo redução nos índices de criminalidade na região de São Gonçalo, quando comandava o batalhão da área. Quando questionado sobre os 12 processos administrativos contra Oliveira, ele afirmou que sempre há possibilidade de erro nas indicações para cargos importantes. O ex-comandante da PM alegou ainda uma mudança de análise sobre o que seria a postura correta de um policial nos últimos anos.

"Nós vivemos nos últimos anos momentos diferentes na segurança pública. Muitas vezes os policiais eram empurrados para autos de resistência. Ou se acreditava na política de guerra ou na hipótese de lutas sociais. Criamos um programa para evitar a morte de pessoas. Tentamos mudar uma política de morte, de premiação pelo sangue", argumentou.

Sobre seu relacionamento com Oliveira, Mário Sérgio ressaltou que não há relação pessoal entre os dois. Ele contou que eles fizeram o curso do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em 1989. "Em algum momento mantínhamos uma relação profissional", disse.

O ex-comandante afirmou que existem muitas limitações no quesito investigação, por isso as ações contra policiais que cometeram crimes são sempre reativas. "As informações sobre estes processos não são passadas (ao comando da PM) pelas outras instâncias. Temos problemas de corregedoria. Na polícia, às vezes descobrimos agentes que cometeram crimes inimagináveis", revela.

Exoneração
O anúncio da exoneração de Mário Sérgio foi feito na noite desta quarta-feira, logo depois de ele receber a visita do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, no hospital onde está internado. Mário Sérgio deixa o cargo um dia depois da prisão do ex-comandante do 7º BPM (Alcântara), tenente-coronel Oliveira.
Mesmo contraindicado em relatório da Subsecretaria de Inteligência para assumir o comando de qualquer batalhão, o oficial foi chefiar o 7º BPM por ordem de Mário Sérgio.

“...Devo esclarecer à população do Estado do Rio de Janeiro que a escolha do seu nome, como o de cada um que comanda unidades da PM, não pode ser atribuída a nenhuma pessoa a não ser a mim”, diz a carta com o pedido de exoneração enviada ao secretário de Segurança Pública e ao governador Sérgio Cabral.

A Secretaria de Segurança ainda não divulgou quem será o novo comandante-geral, mas Beltrame já apresentou três nomes ao governador: o coronel Aristeu Leonardo, do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA) da Zona Oeste; o coronel Alberto Pinheiro Neto, responsável pela Coordenadoria de Assuntos Estratégicos (Caes), que cuida dos projetos para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016; e o coronel Ricardo Quemento Lobasso, da Diretoria Financeira.

O pedido de exoneração de Mário Sérgio foi feito a Beltrame, que esteve por duas horas no Hospital Central da PM, no Estácio, onde o ex-comandante da corporação está internado. O oficial teria se antecipado a uma decisão que já estaria sendo articulada pelo governo em função da relação pessoal de Mário Sergio com o tenente-coronel Claudio. Por serem ‘caveiras’, os dois não teriam uma boa relação com a tropa. Em nota, Beltrame lamentou a saída de Mário Sérgio e disse que dá autonomia às chefias das polícias.
Mensalão da UPP e caso Juan
Envolvimento de policiais da UPP de Santa Teresa com o tráfico, denunciado com exclusividade por O DIA, dia 11 deste mês, também causou desgastes ao então comandante-geral, Mário Sérgio. Reportagem apontou esquema de corrupção, onde propinas fixas, mais de R$ 53 mil por mês, eram pagas a trinta policiais na Coroa, Fallet e Fogueteiro, para que o tráfico atuasse livremente.

Após denúncias, os policiais foram afastados junto com o oficial chefe da UPP. Outro episódio que arranhou a imagem da corporação foi o caso Juan, em junho. Corpo do menino, de 12 anos, só foi encontrado dez dias após ter sido morto em operação do 20º Batalhão no bairro Danon. Quatro PMs foram presos.

FONTE:O DIA

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